Agronegócios
Soja passou um tratoraço no PIB do agro em 2022
Compartilhe:
O grau de dependência desse setor produtivo salta à vista para o Brasil não rural, que, ao contrário, deverá ser importante para a soma das riquezas nacionais neste ano, quando se projeta uma expansão reduzida, em viés que pode piorar.
Da Luz vê mais 0,76% para o ‘pibão’, por inflação, política fiscal “contraproducente”, desaceleração dos investimentos e Selic com mais jeito de subir se o governo Lula não conseguir pressionar o Banco Central.
No ano passado, com o PIB avançando 2,9%, o Valor Adicionado da Agropecuária (VAA) recuou 1,7% sobre os 12 meses de 2021, frente a expansões do consumo familiar, indústria, serviços e investimentos.
Nas contas apresentadas pelo IBGE, o recuo na soja de 11,4% na safra 21/22 – a Conab fala em 9,9%, 125,5 milhões de toneladas -, passou um tratoraço sobre altas expressivas de outras culturas importantes.
Só com o milho, mais 25,5% (Conab, 114,6 milhões/t); café cresceu 6,8%, enquanto apenas a cana, entre as grandes rubricas do campo, avançou pouco, 2,7%. Também laranja e trigo obtiveram desempenhos relevantes, sobretudo o segundo – respetivamente, 4,4% e 28,5% – mas possuem menor componente.
Outras culturas tiveram desempenhos ruins, como batata inglesa, fumo e mandioca, mas de pesos relativizados.
No último trimestre, sobre o terceiro o VAA registrou 0,3% de variação positiva, contra a variação negativa de 0,2% do PIB.
Mas decorrência da sazonalidade do período para alguns setores.
A soja em desenvolvimento nesses meses vai entrar na safra 22/23, valendo para o PIB de 2023, e aqui a régua será invertida, com avanço recorde do grão para no mínimo 150 milhões de toneladas.
Numa média entre várias projeções, como Ipea e Confederação Nacional da Agricultura (CNA) se projeta o PIB do agro crescendo entre 2% e 2,5%, e vai dar soja na cabeça, mesmo com a alavancagem produtiva também para o milho, café, cana, laranja e trigo.
MONEY TIMES